terça-feira

TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO



O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

Aproximadamente entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos de violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, sequestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas, desenvolvem esse tipo de transtorno. No entanto, a maioria só procura ajuda dois anos depois das primeiras crises.
Recente pesquisa desenvolvida pela UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e por outras universidades brasileiras, em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, levantou a hipótese de a causa do transtorno estar no desequilíbrio dos níveis de cortisol ou na redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal e do hipocampo, áreas localizadas no cérebro.
Sintomas
Os sintomas podem manifestar-se em qualquer faixa de idade e levar meses ou anos para aparecer. Eles costumam ser agrupados em três categorias:
a) Reexperiência traumática: pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, flashbacks, pesadelos;
b) Esquiva e isolamento social:  a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma;
c) Hiperexcitabilidade psíquica e  psicomotora: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância.
É comum o paciente desenvolver comorbidades associadas ao TEPT.
Diagnóstico
O DSM-IV (Manual de Diagnóstico dos Distúrbios Mentais) e o CID-10 (Classificação Internacional das Doenças) estabeleceram os critérios para o diagnóstico do transtorno do estresse pós-traumático.
O primeiro requisito é identificar o evento traumático (agente estressor), que tenha representado ameaça à vida do portador do distúrbio ou de uma pessoa querida e perante o qual se sentiu impotente para esboçar qualquer reação. Os outros levam em conta os sintomas característicos do TEPT.
Tratamento
São opções de tratamento a terapia cognitivo comportamental e a indicação de medicamentos ansiolíticos, quando necessários.
Recomendações
* Preste atenção: o número de diagnósticos de transtorno do estresse pós-traumático tem aumentado nas últimas décadas. Procure assistência médica, se apresentar sintomas que possam ser atribuídos a esse distúrbio da ansiedade;
* Lembre-se de que a ocorrência de um agente estressor não significa que a pessoa vai desenvolver TEPT: algumas são mais vulneráveis e predispostas;
* Não subestime os sintomas do transtorno em crianças e
idosos depois de terem vivenciado situações traumáticas.

Fonte:http://drauziovarella.com.br/letras/e/transtorno-do-estresse-pos-traumatico/

quinta-feira

Atividades físicas podem ajudar crianças com TDAH a ter mais foco

Atividades físicas podem ajudar crianças com TDAH a ter mais foco


Nova pesquisa sugere que 20 minutos de exercícios melhoram a performance cognitiva de crianças com déficit de atenção e hiperatividade

Thais Paiva

  shutterstock






Elas pulam, correm, brincam, sobem escadas, dão cambalhotas e mesmo assim a "pilha" não acaba. Além da agitação excessiva, não conseguem terminar as tarefas que começam, perdem o interesse rápido, são impulsivas, dão respostas antes da pergunta terminar e não conseguem esperar sua vez.

Manter o foco é o grande desafio para as crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, também conhecido pela sigla TDAH.

“A síndrome afeta o funcionamento do cérebro, mais precisamente o córtex pré-frontal, região que fica bem acima dos olhos e é responsável pela concentração”, explica Armando Ribeiro, psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo. “Assim, é comum que as crianças que nascem com o transtorno apresentem menor rendimento na escola e dificuldades cognitivas”, diz.

O tratamento para TDAH varia de criança para criança. Muitas precisam só de terapias, outras terão de usar medicamentos também, o que será avaliado pelo especialista. Mas pesquisas recentes vêm mostrando os exercícios físicos podem ajudar a criança a melhorar sua atenção.
Um pequeno estudo da Universidade de Michigan, publicado no Journal of Pediatrics, observou os efeitos a curto prazo de uma sessão de exercícios na capacidade cognitiva das crianças.

Para isso, 20 crianças com diagnóstico ou suspeita de TDAH e 20 crianças sem a condição - todas com idades entre 8 e 10 anos e mesma renda familiar - passaram por testes de soletração, leitura e matemática em dois momentos: após 20 minutos de exercício em uma esteira e após 20 minutos de leitura.

Os resultados mostraram a influência das atividades físicas na concentração: os dois grupos tiveram melhor desempenho - ainda que sutil - após os exercícios do que depois da leitura. Nos testes, o grupo com TDAH respondeu corretamente 80% das questões após a leitura contra 84% após o exercício.

"Precisamos saber ainda quanto tempo duram os efeitos do exercício e como poderiam ser combinados com os tratamentos tradicionais para TDAH”, disse o pesquisador líder Matthew Pontifex. “Mas ficou evidente que os exercícios têm um benefício adicional na cognição", ressaltou.

Para Ribeiro, o importante é incentivar a atividade física em todas as crianças, não apenas para aquelas com sintomas do transtorno, pois o sedentarismo pode, sim, prejudicar o desenvolvimento cognitivo da criança. "As atividades físicas aceleram a frequência cardíaca e com isso há a liberação de substâncias, como a dopamina e a noradrenalina, que estão relacionadas ao aumento da atenção e da concentração", explica. E mais: "Alguns estudiosos apostam que os exercícios físicos induzem a neuroplasticidade, ou seja, o aumento de volume cerebral e capacidade do nosso cerébro de formar novas ligações entre os neurônios, fato importantíssimo para aprimorar as habilidades cognitivas”. Mais um motivo para incentivar as crianças a sairem do sofá sempre, não?

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI323326-17326,00.html

Fazer atividade física pode ser um 'remédio' contra a depressão

Que a atividade física ajuda a queimar calorias e faz bem para a saúde, todo mundo sabe. Mas mesmo assim, não são todos que conseguem colocá-la no dia a dia – uma pessoa desanimada, cansada e deprimida, por exemplo, dificilmente tem disposição para se exercitar. O problema é que, para essa pessoa, o exercício poderia ser uma espécie de remédio contra o desânimo, o cansaço e até mesmo contra a depressão, como mostrou o Bem Estar desta sexta-feira (21). 
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/11/fazer-atividade-fisica-pode-ser-um-dos-remedios-contra-depressao.html
Isso acontece porque, durante o exercício, o organismo libera endorfina e serotonina, que são neurotransmissores que dão sensação de prazer e bem-estar. Segundo o médico do esporte Gustavo Magliocca, no entanto, é importante ter regularidade no exercício físico – caminhar 30 minutos, 3 vezes por semana, já pode ajudar. Além disso, é preciso manter a frequência cardíaca em 75% de sua intensidade máxima (para calcular isso, é só fazer a conta: 220 batimentos cardíacos por minuto – sua idade X 0,75).Segundo o psiquiatra Daniel Barros, não é apenas a depressão que pode melhorar com a atividade física, mas também outros transtornos mentais, como a síndrome do pânico e a ansiedade, por exemplo.
Além de ajudar a tratar, o exercício pode ainda prevenir a depressão – estudos mostram que o ganho de massa muscular leva ao aumento de uma proteína que consegue "transformar" o estresse em bem-estar. Vale ressaltar, no entanto, que a atividade física é apenas parte de um tratamento multidisciplinar contra a doença, feito também com medicamentos e terapias. No entanto, cada caso é um caso e só quem vai orientar o tratamento adequado é o médico, como alertou o psiquiatra Daniel Barros.